Um fera de pele macia

Sandra diz:

• - "Você está precisando de um amor verdadeiro. Quem sabe assim isso muda esse seu mau-humor, essa sua cara feia". (Um amor já está difícil, imagine um amor verdadeiro.)
• - "Você é muito difícil de lidar, você tem o gênio muito forte, menina".
• - "Essa menina tem uma cara de mau, não é não, Guilherme?"

A Sandra é minha colega de trabalho e vem me dando esses toques há alguns dias. Eu fiquei pensando, pensando, pensando... Será mesmo que estou me tornando uma pessoa ríspida? Receio que sim. Tudo bem, às vezes eu sou grossa sim, BRINCO, até de ser grossa. Mas o "x" da questão está em mim (de não saber expressar minhas brincadeiras e meu jeito de ser) ou nas pessoas (de não saberem me interpretar)?. Complicado, não?! Eu preciso mesmo me avaliar, fazer uma introspectiva porque não é a primeira vez que eu escuto da mesma reclamação em uma mesma semana. Digamos que eu já fiz isso e cheguei à conclusão de que eu preciso mudar muita coisa em minha vida (uma delas é a falta de paciência). Já tentei e me aborreci ainda mais. Eu querendo ser mansa, prestativa, solidária e blá blá blá me faz mal! Sim, porque não é uma coisa que vem de mim, que está incluso no meu manual. Logo, eu preciso fazer força e então chega uma hora que me canso. Talvez as pessoas têm que se adaptar ao meu jeito, mas vamos e convenhamos que ninguém é obrigado a aturar "bodes", não é? Eu também não saio descontando minha raiva por aí, porque tenho a consciência de que ninguém tem nada a ver com meus problemas, mas se as pessoas vêm me provocar, me falar "gracinha", não deixo passar.
Eu não sou nem um pouco submissa, não aceito tudo que me impõe! Posso até afirmar que sou um pouco grossa em expressar minhas opiniões, mas quando ajo assim, é involuntário.
Eu não sei se me tornei assim depois de uma situação vivida, ou de uma decepção/desilusão. É incontrolável, eu faço/falo sem perceber.